quarta-feira, 20 de maio de 2009

Geddel dá a largada para disputa de 2010

O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) deu na segunda-feira, 18, a largada para sua provável candidatura ao governo da Bahia em 2010. Se o ministro cumprir a promessa que fez aos 95 prefeitos, 233 vereadores e a outras centenas de correligionários do PMDB presentes ao primeiro encontro regional do partido, realizado em Salvador, a decisão já está tomada: Geddel será candidato em oposição ao seu atual aliado, o governador Jaques Wagner. “Eu vou para onde vocês disserem que eu devo ir”, prometeu o ministro de Lula, diante de uma base de peemedebistas que o pressionava por uma decisão. “A candidatura de Geddel hoje não pertence mais a ele, pertence à vontade do PMDB”, garantiu o presidente do PMDB de Vitória da Conquista, Geraldo Botelho. Todos os discursos, das mais diversas lideranças, foram unânimes nas críticas árduas à gestão de Jaques Wagner e ao PT. Até de “tirano” o governador foi chamado por peemedebista descontente. Os prefeitos apontaram supostos “desmandos” da gestão, principalmente na falta de atenção à saúde, educação e segurança. Para não dizer que não houve sequer um quadro que tenha adotado um discurso mais ameno, o vice-governador Edmundo Pereira aliviou o tom das críticas, por razões óbvias. Mas não deixou dúvidas quanto a sua disciplina: “Sou homem de partido, seja qual for a decisão”. “Novo coronel” – Em discurso emocionado, o ministro Geddel fez questão de rebater os que o tacham de um “novo coronel”, que imitaria o estilo do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, e acusam o PMDB de oportunista. O ministro justificou a presença do PMDB nos cargos na gestão Wagner e, ao mesmo tempo, um suposto desapego a eles. “Favor? Favor de quem? Favor é do povo da Bahia que nos consagrou para governar e no seu nome que temos feito. Nunca ocupei posições ou cargos que não sejam embasados pelo voto popular”, enfatizou. Geddel assegurou que o PMDB permanecerá unido e disse que aqueles que estão pensando em colocar lideranças como ele e o prefeito da capital, João Henrique, em campos opostos devem desistir da ideia. “Saibam que essa hipótese inexiste”. O ministro, de quebra, deu um recado já de conhecimento notório no métier: “Não sou um aventureiro da política”, frisou. Bem antes disso, o secretário nacional de Recursos Hídricos, João Santana, já havia lembrado em seu discurso que “só tem cobra criada”. Geddel fez críticas à gestão Wagner, ao tocar em temas como saúde, educação e infraestrutura. De forma mais dura, tratou a segurança: “Os homens honestos vivem cercados de grades, enquanto os bandidos estão nas ruas”. Fator João – Em entrevista exclusiva a A TARDE no Othon Palace, depois de uma conversa a portas trancadas com Geddel por mais de uma hora, João Henrique não descartou a possibilidade de disputar um cargo majoritário em 2010. “Não (descarto). Vai depender do partido, da sua militância, base e dirigentes”, assinalou. Mas, como também destacou em seu discurso público durante o evento, o prefeito fez questão de lembrar as lideranças do ministro Geddel – “o primeiro da fila” – e do presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima. Nas últimas semanas, ganharam projeção notícias sobre possíveis conversas de João Henrique com outras legendas, no afã de emplacar uma candidatura majoritária em 2010. No PMDB, não seria das mais fáceis tarefas para o prefeito a de consolidar o seu nome para uma disputa da próxima eleição. João Henrique estaria, também, em busca de uma total garantia de integrar um partido no qual tivesse a certeza de que não caminhará com Wagner em 2010. O prefeito nega qualquer movimentação nesse sentido.
Lília de Souza, do A TARDE
Texto: Fonte: Jornal A Tarde

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