sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tucanos criticam protesto contra CPI e dizem que investigação vai defender Petrobras

José Cruz/ABr
Líderes do DEM e PSDB reagiram nesta quinta-feira à passeata que reuniu cerca de três 3.000 pessoas no Rio de Janeiro contra a instalação da CPI da Petrobras no Senado. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que as críticas dos manifestantes vão "bater no vento" uma vez que o protesto não está "direcionado a nada".
"Não estamos atacando a Petrobras, estamos defendendo a empresa. Vamos atrás de gente que não merece estar nessa empresa. É desnecessária a forma como se deu o discurso ofensivo contra o PSDB, isso já compromete essa manifestação na sua origem", disse Guerra.
Participantes da manifestação criticaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) --apontado como pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Do alto de um caminhão de som, sindicalistas gritavam: "Sai seu tucano, sai ladrão. Larga a Petrobras, que é patrimônio da nação." Eles também gritavam: "Sai José Serra".
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), os manifestantes estão "a serviço daqueles que temem as investigações" da CPI da Petrobras. "Mobilizar quase 4.000 pessoas é muito pouco para quem tem a máquina do governo. Isso não é nada. Eu acho que só revela que eles querem impedir as investigações. Eles só pensam nas eleições, não pensam na Petrobras", disse o tucano.
Na opinião de Virgílio, as críticas a Serra mostram a conotação eleitoreira da passeata organizada por partidos da base aliada governista em parceria com entidade sindicais. "O Serra não abriu a boca para falar dessa CPI. Quando se dirigem ao Serra, mostram que é um movimento contra as investigações e eleitoreiro. Eles atacam o Serra porque é o nosso candidato que mais aparece nas pesquisas eleitorais", afirmou Virgílio.

Abraço

A passeata no Rio saiu da Candelária e terminou com um "abraço" dos manifestantes à sede da Petrobras, na avenida Chile (centro da cidade). O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), ironizou o abraço simbólico na sede da estatal.
"O abraço sem que nada tenha sido investigado é a tentativa de politizar o fato, que é de interesse do povo brasileiro. Queremos uma Petrobras maior do que essa que a gente encontra antes do início das investigações", disse Agripino.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Serra informou que não se manifestaria sobre o protesto.
O diretor do Sindipetro-RJ (sindicato dos petroleiros do Rio) estava no caminhão de som, mas negou ser o autor da rima. Ele atribuiu a frase a um metalúrgico, a quem não quis identificar. "A letra [da rima] foi composta para esse ato. Incluímos ela [no protesto] porque o Serra é a continuação de Fernando Henrique Cardoso."





GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília

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